segunda-feira, 17 de maio de 2010

Samba triste

Nossa batida, meu amor
Se fez canção em meio a tanta sintonia,
Doce sinfonia, gostosa de ouvir.

No dois pra lá e dois pra cá a gente se entendia,
Num passo marcado,
Um só compasso,
Sem pressa de chegar.

Porque soltaste minha mão, meu amor?
Se estiver cansado, te acompanho.
Nosso samba, nosso tempo...
Eu espero o que for, o tempo que precisar.

Mas em meio a essa melodia tão linda,
A esse compasso tão nosso, um ruído se fez.
O samba, nosso samba que era a dois,
Tornou-se batida dissipada, nossas energias, escassas,
E a letra, puro dissabor.

Mesmo indo cada um pr’um lado,
Não me preocupo, meu anjo de asas tortas...
A vida é longa demais!
Temos todo tempo do mundo, uma vida ou duas pela frente,
E o samba que nos une pode ter um rascunho diferente,
Num embalo de amor que é só nosso.