segunda-feira, 28 de novembro de 2011

I'm never gonna get over you


     "Enquanto eu puxava o edredom para que pudesse cobrir seus pés, observava seus olhos pensativos que pareciam se perguntar que diabos ela fazia deitada em minha cama. Meus olhos só sabiam observar suas curvas e como ela ficava bonita com minha camisa xadrez e rabo de cavalo; ela diz que se sente mais feminina com roupa masculina e eu afirmo que ela fica bonita de qualquer jeito, principalmente ao acordar, quando ela abre um olho pra ver se estou acordado e se espreguiça de sorriso aberto: momentos que são só meus e eu não abro mão.
     Ela grita, diz que baguncei suas roupas e sua vida, pergunta onde está seu vestido rendado e onde estava sua cabeça ao ficar comigo. Eu tento falar mais alto mas ela começa a chorar, eu a seguro em meus braços e ela me pede desculpas por ser tão complicada, e lá estou dançando conforme sua dança, refém de seus olhos de criança. Depois de tantas discussões lá estamos novamente, na cama, ela deitada em meu peito sempre olhando para o teto por vergonha ou costume, me contando todas as coisas que ela não costuma a contar a ninguém, fazendo planos malucos e desenhando uma vida impossível; mas não há nada melhor que saber que faço parte de seus sonhos. Ah, se ela soubesse que ela É meu sonho...
     Quando acorda, ela me liga desesperada com o pesadelo que teve. Sei que é desculpa, no fim das contas ela deve pensar em mim ao acordar e ao dormir também, já que me liga todas as noites me mandando dormir por que acordo cedo. Ela cuida de mim mais que dela mesma, e ela é tão frágil... Ela gosta de coisas estranhas, diz que nossos signos não combinam, tem uma outra visão de mundo, mas eu não me importo. Gosto de suas feições, de quando franze o cenho quando a irrito ou levanta a sobrancelha quando está com ciúmes. E se ela diz que não, eu insisto, se ela diz "desisto", eu corro atrás, se o zodíaco, o dia, o mês ou a hora não ajudam, eu dou um jeito."



     "Ele me assustou ao cobrir meus pés com aquele edredom velho que ele tanto gosta. Ele me observava com tanto gosto que eu me perguntava que diabos ele estava pensando. Eu sei que ele gosta quando uso sua camisa xadrez, e me sinto tão confiante de rabo de cavalo por que sei que ele me acha bonita de qualquer forma, assim como ele fica lindo quando sai do banho de cabelo bagunçado e enrolado na toalha, ele não sabe mas fica lindo de qualquer forma. Ao acordar eu só abro um olho e não me mexo, assim posso passar mais tempo vendo-o dormir e guardar aquele momento que é só meu e eu não abro mão.
     Não assumo, mas no fundo me assusta estar apaixonada. Deixar alguém entrar em minha vida e permanecer nela por mais de três meses me faz tremer, então eu grito, eu reclamo, por que no fundo eu não sei amar. Ele grita pedindo calma e logo me ampara por que me faz chorar... Mas não choro pelo grito, choro por todas as coisas que se passam em meu coração e em minha mente, mil coisas que eu não consigo expressar. Eu peço desculpas e tento lhe explicar o que eu também não entendo, recostar em seu peito me faz falar mais do que devia e o teto de seu quarto é tão conhecido e reconfortante que me faz fazer planos. E sonhar. E querer. E tudo gira em torno de nós.
     Já me acostumei a dormir e acordar pensando nele. A vontade de ligar no meio da noite só pra dizer "eu penso em você" é forte, mas eu me contenho e ligo durante a manhã, invento um pesadelo sem sentido e isso faz com que ele me ligue antes de dormir pra me desejar bons sonhos. Eu me preocupo, ele diz que eu deveria me cuidar e no fundo eu amo quando ele fala "se cuida" e me beija a testa. Ele acha que sou frágil, mas se eu pudesse, o colocaria em meus braços e não descuidaria dele jamais, afinal, ele é só um menino... Nossos signos não combinam, sempre que estamos no caminho certo aparece um contratempo, eu insisto mas no fundo acho que não sejamos feitos para durar. Mas amo suas caretas, seus abraços, seu sorriso meio de lado e aquela carinha que ele faz que eu juro que só eu percebo. E quando penso em desistir ele me pega pela mão e dá meia volta, me pede pra não desanimar, quando eu meto os pés pelas mãos e ele quer ir embora eu não o deixo ir, e se a vida não ajuda, a gente dá um jeito."

É, eu acho que isso é amor.