sábado, 3 de dezembro de 2011

Sometimes when I miss you I put those records on

     "E aquele amor contido, como vai?" Ah, vai sendo destilado a conta-gotas enquanto procuro entender se vai se dissolver, se não vai se misturar. Suas atitudes eu não consigo desvendar, a gente não se entende e isso eu não sei aonde vai dar...
     Eu agradeço por te ter ao meu lado, às vezes acho que somos pura perda de tempo. Todo o tempo gasto em discussões e elucubrações poderia ter sido substituído pela coisa mais simples: deixar o barco correr e deixar a vida responder, enquanto isso a gente ia vivendo. Mas você preferiu me levar pelo caminho mais difícil, nadamos contra a correnteza e procuramos a solução de um problema que nem existia; acabamos nos tornando uma tempestade em copo d'água, uma tempestade que não cessa mas também não chove.
     Sinto falta do tempo não tão distante, mas nem sempre sinto saudades. Não falo em saudades por que saudades eu posso matar a qualquer minuto, mas falo de falta. Faz falta ser como éramos e eu não ter que fingir que não me importo em não sermos mais. Faz falta eu não querer sumir pelo mundo e só te encontrar num futuro muito, muito distante, num futuro onde VOCÊ não faça falta. Não o você que senta ao meu lado com um sorriso mudo e olhar distante, o VOCÊ que me fez falar encostadinha no seu peito enquanto sorria com os olhos e mexia em meu cabelo, o VOCÊ que me fez aceitar as pessoas como elas são, o VOCÊ que me fez guardar tantas lembranças que podem parecer simples  mas que são preciosas, o VOCÊ que me fez ter tanto e guardar tanto e que depois não me permitiu ter nada significativo para lembrar. Desculpe se às vezes eu penso que o você de agora não me faz falta, mas faz com que eu te queira perto com a esperança de que VOCÊ volte. Não é justo nem comigo nem com você, mas cada um tem seus motivos para que as coisas sejam como são. Injusto de ambas as partes.
    Reluto, pelejo com todos os conselhos de quem diz pra abdicar de você e seguir meu caminho independente do seu. Ou seja, não sigo nenhum conselho. Mania feia a minha de seguir minha própria razão mesmo que isso signifique contrariar o mundo... Mas sei que nessa história eu não tenho razão, aliás, não temos razão. Só que eu sou guiada pelo coração, e você? Repito a mim mesma que essa é a saída para que eu não tenha que seguir sem você, mas no fundo sei que não é a melhor, sei que é a que mais complicada. Mas cadê a coragem de te dar um abraço de despedida? "Quem vai dizer tchau?" Não sei se ainda é cedo ou tarde, mas não quero desgrudar de você...
     Já pensei em escrever mil cartas de despedida por achar que não é para ser, mas certas músicas me encorajam a lutar mais um pouco. Só que às vezes cansa lutar contra um inimigo invisível, lutar contra nós mesmos e essa confusão infinita que criamos. E eu só queria te ter deitado no meu ombro enquanto eu mexia no seu cabelo, em silêncio, e não ser um meio-termo-que-não-é-nada que pensa duas mil vezes antes de dar um abraço. Não se acena quando se quer abraçar, não se engana quem não se quer enganar, a vida é curta e eu tenho medo disso. Se não for 8, que seja 80, mas por favor, que sejamos NÓS. Com verdade. Justos. Infinitos.

"Chega de tanta procura,
Nenhum de nós deve ter mais alguma ilusão.
Devemos trocar idéias e mudarmos de idéias,
Nós dois,
E se assim procedermos, seremos felizes depois.
Nada mais nos interessa, sejamos indiferentes,
Só nós dois, apenas dois,
Eternamente"