domingo, 25 de novembro de 2012

Faithfully

    Eu poderia te redescobrir. Fechar os olhos e desenhar cada traço do seu rosto, cada parte do seu corpo, cada som da sua respiração. Você não sabe, mas eu te observava dormir e, enquanto você escondia seu rosto com as mãos, meus olhos se fechavam lentamente; tudo para que minha última imagem fosse você.
   Eu poderia me reinventar. E também poderia mudar. Mudar minha mania de acordar insuportavelmente bem humorada só pra ver, entre tantos bocejos, sua boca esboçar um sorriso. Nem sempre eu acordo feliz, mas se você está comigo, é mais fácil. A vida vista dos seus braços é mais bonita, vai por mim.
   Eu poderia te rever. Dizem que você anda por aí, eu ando por aqui e que um dia a gente se cruza. Às vezes acho que chegamos muito perto de nos esbarrar novamente, mas a vida dá um jeito para que isso não aconteça, e talvez seja melhor assim. Ou talvez não seja. Talvez o tempo esteja passando e eu esteja cada vez mais distante, e no fim das contas, a gente não se reconheça mais. Talvez.
   Eu poderia me reencontrar. Me perdi entre olhos, sorrisos, abraços, doçuras e complicações, e em cada parte de mim tem um pouco de você. E sei que em cada parte de você, tem um pouco de mim. Somos cicatrizes ambulantes e, em cada marca, carregamos histórias. Qual a sua preferida?
   Mas vai, vai tratar de viver. Eu tenho muito o que aprender, muito o que crescer, e você tem muito o que amadurecer. Você precisa de outros sabores, de outros braços, de outros olhos a te observar. Eu preciso me encontrar, me sustentar, ser feita de mim e não de você. E não existem cartas, astros, números, destino que seja capaz de impedir o que há de vir, e a gente ainda vai se ver.

"Me encontra, ou deixa eu te encontrar..."

2 comentários: