quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Just a dream

   O ser humano é assim: sente falta do que nunca viveu, sente ciúmes do que não é seu, desconfia e confia sem pestanejar. Acho que esse é o bem e o mal dos mortais, e fazer o bem sem olhar a quem não é uma fácil tarefa. Ser altruísta, solidário e educado é para poucos, ainda mais pelo ser humano ser mais emoção que razão... Ah, a razão. Que razão? Quando a emoção te toma por inteiro é quase impossível controlar-se.
   Qual o seu primeiro impulso ao sentir ciúmes? Ao sentir raiva? Ao sentir rancor? Ao sentir dor? Cada alma, cada corpo responde de uma maneira diferente, mas todas as emoções são únicas e genuínas. Uns riem, outros choram, uns gritam e outros calam. Mas as reações a cada estímulo são únicas, assim como cada estímulo,e tudo faz parte de pequenos detalhes que confundem muita gente e que são capazes de mudar trajetórias ou simplesmente fazer chorar no travesseiro antes de dormir.
   Geralmente eu xingo, reclamo... E escrevo. Sim, escrever é uma forma de me refugiar e de desabafar. O papel não me julga, não me repreende e não me dá conselhos. Ele é meu melhor amigo e meu melhor delator, porque já me dei conta de inúmeras coisas enquanto escrevo. Conforme meus dedos deslizam sobre o teclado, vou me dando conta da vida, das palavras, vou dando conta de mim. Nem sempre as conclusões são boas, mas ele evita que eu faça muita gente chorar ou sorrir. Eu simplesmente me calo diante de muitas coisas que me incomodam, me calo diante de muitas coisas bonitas, prefiro o silêncio a fazer barulho demais.  Porque eu sou assim, controlada e racional por fora. Sentimental e sensível por dentro. Só que não vou gastar meu português com o que não me acrescenta ou não me entende, não vou me abrir com quem não interessa. E quando escrevo sinto-me despida de todos esses estigmas e máscaras, o papel sim, me conhece. E quer saber? Permanecemos combinados assim.
   Talvez você se pergunte qual o meu humor ao escrever esse texto, pena que eu não possa responder-lhe. Aliás, ninguém pode lhe responder nada. Ninguém pode lhe dar garantias, validades ou quaisquer segurança. Ninguém pode se fazer confiável por inteiro,  porque ninguém é. Quase tudo que se busca externamente, no outro, pode ser encontrado em você. Força, elogios, paixão, confiança. Nunca despeje sobre ninguém uma carga mais pesada do que ela possa aguentar. E quer saber? Ninguém pode, quer ou é obrigado a aguentar nada de ninguém, cada um sabe de si e faz o melhor pra si, e se você não pensar assim, o mundo vai pra frente... E você não. O porquê é muito simples: Quando a emoção toma o ser humano, ele não responde por si. É natural, ele perde os pudores e seus impulsos são os mais legítimos. Ou não. Mas não cabe ao outro saber, cabe a você descobrir em si mesmo tudo que te torna pronto para a vida que tá te chamando lá fora faz tempo.

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