sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Até o mundo acabar

    Ao cruzar dos olhos, ao desabrochar dos sorrisos, ao correr do pensamento, se abriu uma imensidão de possibilidades, de vontades, e o coração gelou. O estômago revirou, as mãos esfriaram, o rosto corou e os lábios se calaram, e em meio a tanto silêncio, uma sinfonia era quase inaudível. Tudo que fazia chorar se desfez, o que poderia magoar não fazia mais sentido e o que outrora se fez importante, naquele instante não passava de um antigo frisson. Finalmente o inverno finalmente se fora, levando todo o frio da estação e deixando florescer o novo em suas vidas.
   Era inegável a conspiração do universo. Tudo parecia se encaixar, suas vidas pareciam se esbarrar há tempos, como se olhassem e não vissem o que estaria por vir. Tudo parecia ser mais belo, e o incerto ia além do que se pode ver... Até o incerto fazia sorrir, a possibilidade, a proximidade, tudo. Não havia arrependimento, não havia promessas, só a vida, o destino. E os deuses que pareciam soprar aos vento que iria durar, que iria florescer, que iria crescer... Sem a falsa premissa de um conto de fadas ou romance de novela, mas a possibilidade de verdade, de sentimento, de unir os corações.
   E presente ali era possível vislumbrar todo um futuro. Tudo que os dias preparavam, todas as coincidências que se tornariam rotina, todas as descobertas, todos os sorrisos, todos os momentos que se fariam marcantes. Importância mútua, insegurança passageira, cada dia seria como se fosse o primeiro, e é como dizem: quando é assim, não se entregar é bobagem...


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