segunda-feira, 14 de março de 2011

Soneto do desamor

   Ao contrário do que diz o titulo, isso não é um soneto. É apenas amor simples e desalinhado como todo tipo de amor, sem rima ou floreios. Um amor torto que não sabe existir por si só, que precisa de um ato secundário pra atuar. Um amor que não sabe o que fazer, o que pretende ser, é despretensioso e bagunçado tal qual o coração de quem ama.
   É pra quem sofre de amor precário, de amor platônico, de amor não destinado. Pra quem ama e não quer amar, pra quem não ama e queria amar, pra quem tem medo de amar.  Praquele amor feito de água com açúcar, pro amor quente que arde na pele feito pimenta, pro amor que faz flutuar e dá vertigem, pro amor que faz doer no fundo do coração, pro amador e pra coisa amada.
   Para o amor se instalar não precisa existir razão ou lógica. Ele existe do sentir o toque, da presença ou do perfume, do cheiro ou do olhar, do toque das mãos ou do estalar dos dedos, existe sendo fruto proibido ou mercadoria recusada, sendo bem vindo ou amaldiçoado. Ele não avisa com antecedência para que se possa arrumar a casa, ele simplesmente adentra as portas, pula as janelas, se esconde debaixo da cama. E quando menos se espera ele irrompe o peito, abraça o coração e manipula seus sentidos, sussurrando calmamente para que a emoção se apresente, não deixando quaisquer espaço para a razão. E é aqui que o amor acontece...

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