domingo, 17 de junho de 2012

Palpite

     Certas coisas não são feitas pra durar. Certas coisas são fortes, mas causam uma reação de curta duração, como um antídoto, uma droga ou um remédio.E também existem pessoas que causam algum tipo de efeito, como você. Mas não conta pra ninguém...
   Você não é nada demais. Não é bonito demais, velho demais, alto demais, moreno demais, interessante demais, tanto que quando você vira as costas, eu permaneço zonza, mas aos poucos eu mal me lembro o que me tonteou. Mas ainda sim tem algo que chama a minha atenção em todos os nossos (re)encontros e eu ainda não descobri o que é. E não, eu não me importo em ficar no escuro, desde que esteja com você.
    Protagonizamos um velho clichê. Aliás, dois, entre arcos e confetes a ocasião fez o ladrão, ladrão esse que me roubou dali e me fez querer não mais voltar. Voltar, só se fosse com você ao meu lado, você que antes não chamara a minha atenção, me fez ter olhos, bocas e ouvidos totalmente seus. Você, que implicava comigo e me fazia voltar aos cinco anos de idade só pra ter um ar de superioridade e maturidade sobre mim. Você que ria e ajeitava aquele chumaço de cabelo que insistia em me tampar a visão, mas que me tampou a visão quando me abraçou e me descansou em seus braços. Você, que mesmo não sendo príncipe e eu não sendo princesa, teve que ser deixado meia-noite em ponto. Sabe como é, eu precisava ir ao soar dos sinos, e eles já gritavam à muitos e muitos beijos...
   E entre tantas tentativas frustradas e conversas infundadas, tempos depois, here we go again. É engraçado como "a gente" existe num só lugar. Parecemos despretensiosos, mas ao primeiro descuido do mundo, estamos juntos novamente. E confesso que, de você, não quero soltar tão cedo. Você acha engraçado o meu esquecimento e eu acho engraçada a sua falta de gingado, mas se a gente vai juntinho, vai bem. Vem pra cá que eu tenho muito a te ensinar (e a aprender)! E vem pra cá que eu quero aquele abraço tão sutil e tão meu, que é meu e só. Por um momento é tudo que eu preciso, é tudo que eu quero e tudo que eu vejo. Mas não somos feitos pra durar, e dessa vez quem tem que me deixar no melhor da história é você. Mas me deixa um beijo, um abraço e seu gosto que eu solto sua mão e te deixo ir. Mas só por hoje.
   A vida segue, meu bem. Seu efeito me domina por curto prazo, mas é melhor assim. A duração não condiz com a intensidade, e talvez, se fosse constante, não seria tão diferente, tão intenso. Não somos coisa de momento, mas sabemos como construir uma história nada convencional entre idas e vindas. E nossas vidas estão sempre se cruzando e se desencontrando, quando o destino quer, ele faz dar certo. Só que nem sob tortura eu confesso, mas eu gosto do barulho que a gente faz. Sabe como é, eu não costumo entregar os pontos no melhor do jogo porque eu quero o melhor de você, e eu sinto que essa nossa partida está apenas começando. Sorte a nossa.

"E aí o amor pode acontecer, de novo, pra você..."